Há exatos 20 dias, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró, marcando a primeira fuga registrada na história do sistema prisional federal desde sua criação, em 2006.
Desde então, uma intensa operação de busca foi iniciada por uma força-tarefa envolvendo mais de 600 agentes de segurança, entre policiais federais, rodoviários federais, militares e civis, além da Força Nacional.
Fugitivos de Mossoró foram encontrados?
Os fugitivos de Mossoró seguem foragidos. As investigações se concentram na área rural de Baraúna, próxima à divisa com o Ceará.
Até o momento, cinco pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento com os a fuga dos criminosos. Uma delas é o mecânico Ronaildo da Silva Fernandes.
Mecânico deu abrigo aos criminosos?
Roanildo foi abordado pela polícia em uma barreira em Baraúna, no dia 23 de fevereiro, às 13h45, quando revelou aos policiais que os fugitivos estavam escondidos em seu sítio há quase uma semana.
No depoimento prestado à Polícia Federal, às 22h18 do mesmo dia, ele contou que os criminosos invadiram sua casa, ameaçando sua família, e que foi coagido a ajudá-los.
“"Estava eu, minha esposa e meu menino pequeno. Aí, por volta de 23h, 0h, a gente estava quase dormindo já, invadiram a porta, entraram para dentro, pegaram eu e minha esposa. Disse que se eu não fizesse o que eles me mandassem, iriam me matar, matar minha família. Aí eu fui obrigado a ficar assim".
A polícia, no entanto, só agiu 16 horas depois das informações fornecidas por Ronaildo, quando uma equipe de elite da PF foi ao sítio, mas os fugitivos já haviam partido.
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Suspeita de envolvimento na fuga dos fugitivos
O caso se complica ainda mais com a descoberta de que o carro de outro preso, Jânio de Sousa, esteve no sítio no dia em que a PF se dirigiu ao local. A polícia encontrou marcas dos pneus do carro.
Uma foto de Jânio de Souza, saindo de um veículo dirigido por Ronaildo, no centro de Baraúna, levantou questões sobre o envolvimento do mecânico e sua esposa, Francisca Elizandra Miranda, que também foi ouvida pela polícia.
Ambos admitiram ter recebido pagamento de R$ 5 mil, mas suas versões sobre quem ofereceu o dinheiro divergem.
Enquanto Ronaildo aponta uma ligação com DDD 21, referente ao Rio de Janeiro, Francisca menciona um homem chamado Gustavo, supostamente ligado ao Comando Vermelho e foragido. Ela permanece em liberdade enquanto as investigações prosseguem.
O advogado de Ronaildo defende que seu cliente agiu sob ameaças, cedendo às exigências dos criminosos para proteger sua família.
As informações sobre o caso foram apresentadas no Fantástico desse domingo (3).