"Nordeste sempre terá valor estratégico para o Brasil e o mundo", diz general em entrevista à Rádio Jornal
General destacou a relevância histórica da região para o país e a atuação do Exército, abordando desde o legado dos heróis de Guararapes; confira

O Programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, entrevistou o General Maurílio Miranda Neto Ribeiro, comandante militar do Nordeste, nesta terça-feira (22), para celebrar os 79 anos do Comando Militar do Nordeste (CMNE).
Na conversa, o General destacou a relevância histórica da região para o país e a atuação do Exército, abordando desde o legado dos heróis de Guararapes até os desafios futuros da "Força 40".
Ele comentou sobre a grandiosidade do projeto da Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco, que promete modernizar a formação militar e gerar benefícios socioeconômicos para a região.
Ouça a entrevista completa aqui
Importância da região Nordeste
O general destacou a relevância histórica do Nordeste dentro do contexto geoestratégico nacional.
Segundo ele, "desde o tempo do descobrimento do país, a região Nordeste sempre teve um valor geoestratégico muito elevado".
Essa importância fez com que o território fosse constantemente cobiçado por potências estrangeiras interessadas tanto na exploração das riquezas brasileiras quanto na posição privilegiada da região para o comércio com a Europa e outras partes do mundo.
Brasil na Segunda Guerra Mundial
Durante a entrevista, o representante das Forças Armadas resgatou o papel estratégico do Brasil no conflito, com destaque para a importância do território nordestino no cenário geopolítico da época.
"Sobre a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, tudo começou por conta da agressão alemã ao nosso litoral, torpedeando vários navios mercantes e ceifando muitas vidas inocentes. O Brasil entendeu que era importante entrar na guerra e, então, adotou duas grandes decisões estratégicas", iniciou.
"A primeira foi defender o saliente nordestino, que, se a guerra tivesse se prolongado por mais anos, muito provavelmente seria alvo da ação dos países do Eixo, que também gostariam de controlar essa área por várias razões", pontuou.
O saliente nordestino é o trecho do Nordeste brasileiro que se projeta mais a leste sobre o Atlântico, formando o ponto da América do Sul mais próximo da África, centrado no litoral do Rio?Grande?do?Norte e estados vizinhos.
Participação feminina na Segunda Guerra Mundial
Além da defesa do território, o general ressaltou a contribuição ativa do Brasil no front externo, com a criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
"Ao mesmo tempo, o país adotou uma outra linha estratégica, estabelecendo a Força Expedicionária Brasileira, com mais de 25 mil militares, entre homens e mulheres", afirmou.
"É bom destacar que já havia mulheres naquela época: 73 enfermeiras integraram a Força Expedicionária Brasileira, marcando o inalienável compromisso do Brasil e de suas Forças Armadas com a defesa da democracia, da paz e da segurança mundial", disse.
Período pós-Segunda Guerra Mundial
O general também relembrou o processo de reorganização das Forças Armadas no período pós-guerra.
"No período pós-guerra, no ano seguinte ao término do conflito, em 1946, o Exército Brasileiro entendeu que era necessário fazer uma grande reestruturação da sua organização. O então Ministério da Guerra promoveu essa reestruturação e criou as chamadas Zonas Militares", afirmou.
"Uma delas foi a Zona Militar do Norte, criada por um decreto-lei em 24 de julho de 1946. É impressionante o que vou dizer: o comandante daquela zona militar era responsável pelas tropas do Exército sediadas em todo esse arco Norte-Nordeste", disse.
"A partir daquela data, em 1946, começa a bela história da presença do Comando Militar do Nordeste como um grande comando, atuando como representante da força terrestre nesta região — que, digo com muita assertividade, sempre teve, tem e sempre terá um elevadíssimo valor estratégico para o país e para o mundo", concluiu.
O papel atual e futuro do Exército Brasileiro
O General detalhou o papel multifacetado e dinâmico do Exército Brasileiro, abordando tanto suas atribuições atuais quanto sua visão estratégica para o futuro.
Segundo o General, o Exército mantém uma "preocupação permanente de estar sempre pronto, com a sua tropa preparada, fazendo com que os seus homens e mulheres estejam vivendo um contínuo aprimoramento técnico profissional".
Para isso, a instituição "conduz um programa anual de instrução de adestramento e também de capacitação continuada dos seus profissionais para que possam estar sempre prontos, preparados e capacitados, segundo a realidade do combate moderno".
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