Historiador analisa cenário da democracia brasileira em novo livro lançado no Recife nesta quinta (24)

Alberto Aggio lança obra no Recife e analisa riscos atuais, retrocessos e contradições da democracia brasileira em entrevista à Rádio Jornal

Publicado em 22/04/2025 às 12:06 | Atualizado em 22/04/2025 às 14:14
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O historiador Alberto Aggio, professor e autor da obra A Construção da Democracia no Brasil, 1985-2025, participou de entrevista no programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, onde antecipou as reflexões presentes em seu novo livro, que será lançado na próxima quinta-feira (24) no Recife.

A obra, editada pela Fundação Astrojildo Pereira e pela Ana Blume, percorre quatro décadas de transformações democráticas e busca compreender os riscos que ainda rondam o sistema político nacional.

"A democracia no Brasil sempre esteve sob suspeita. Desde a redemocratização, paira a dúvida: conseguiríamos consolidar governos verdadeiramente democráticos?", disse Aggio.

Para o historiador, momentos de tensão e instabilidade sempre marcaram essa trajetória, como os impeachments presidenciais e a ascensão de líderes que questionaram os próprios pilares democráticos.

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O 'cansaço' da democracia e os riscos atuais

Ao comentar sobre o desencanto crescente da população com a política, Aggio reconhece que há uma fadiga coletiva. “Existe cansaço, sim, mas há mais do que isso. Há setores que conspiram, efetivamente, contra a democracia.”, alertou.

Para ele, a democracia exige um esforço contínuo de convivência com o diferente, o que nem sempre é compreendido ou aceito pela sociedade.

Jailton Jr/JC Imagem
Livro "A construção da Democracia no Brasil (1985-2025)", de Alberto Aggio - Jailton Jr/JC Imagem

PT, Judiciário e o desafio da cultura política

Aggio dedicou três capítulos ao Partido dos Trabalhadores em seu livro e destacou a relação entre petismo e sociedade. “O fato é que o PT foi capaz de expressar alguma coisa que a sociedade brasileira conseguiu se identificar nele, de várias maneiras”.

Sobre o Judiciário, o autor ponderou: “Obviamente que o judiciário guarda grandes problemas, mas é preciso pensar efetivamente no que significou a tomada de posição do nosso judiciário em virtude da fragilidade crescente do Poder Legislativo".

Aggio conclui que os desafios atuais não dizem mais respeito a uma transição, e sim a dilemas democráticos reais. “Fechar o Congresso já dá frio na barriga. E imaginar o Judiciário fechado? É impensável.”

Confira a entrevista completa na Rádio Jornal

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