Mineiro Dom Raymundo Damasceno diz não ter chance de ser escolhido papa: "Só se não houvesse nenhum cardeal mais no mundo"

Em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal, o cardeal Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida, em São Paulo, afirmou de forma categórica que não há possibilidade de ser escolhido como próximo papa.

Natural de Capela Nova (MG), o religioso de 87 anos explicou que, por já ter ultrapassado os 80, não faz parte do colégio de cardeais eleitores.

“Não, essa expectativa eu não tenho, não, viu? Só se não houvesse nenhum cardeal mais no mundo”, afirmou, com humor. “Depois dos 80, realmente, os cardeais não são votados do conclave.”

Apesar disso, Dom Damasceno confirma presença nas chamadas congregações gerais, reuniões preparatórias para a escolha do novo papa que envolvem todos os cardeais, independentemente da idade.

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Encontros estratégicos antes do conclave

“Essas congregações gerais permitem os cardeais permanecerem juntos durante uns 3 a 4 dias. A palavra é franqueada a todos”, explicou. “Ali todos têm o direito de se manifestar sobre os diversos assuntos de importância para a igreja.”

Durante esses encontros, os cardeais discutem temas administrativos, econômicos e pastorais da Santa Sé, além de compartilharem visões sobre os desafios locais enfrentados pela Igreja Católica ao redor do mundo.

Continuidade da linha pastoral

Questionado sobre o futuro da instituição, Dom Damasceno destacou a importância de manter os valores do pontificado de Francisco.

"Eu creio que o papa deve seguir na linha do papa Francisco. Evidentemente, cada um com a sua formação, com a sua cultura, com a sua personalidade", disse.

“Acho que a linha principal é essa: uma igreja aberta, acolhedora, disposta a escutar”, afirmou. “Uma igreja pobre, e para os pobres também. Muito próxima das pessoas.”

Assista a entrevista completa na Rádio Jornal