Milhares de pessoas que usam o transporte público de São Paulo (SP) buscam saber se está tendo greve nesta sexta-feira, 01 de dezembro.
É que os motoristas e cobradores de ônibus anunciaram uma greve para está sexta, porém recuaram e decidiram suspender a paralisação.
O impasse decorre de uma disputa pela presidência do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores dos Ônibus de São Paulo (SindMotoristas).
A categoria optou por cancelar a paralisação após a Prefeitura de São Paulo protocolar um mandado de segurança cível contra a entidade no Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região nessa quinta-feira (30).
O município busca assegurar o funcionamento da frota de ônibus, com a imposição de multa de R$ 1 milhão por dia de paralisação.
ASSEMBLEIA
Não houve uma assembleia formal para decidir sobre a greve, convocada pelo candidato Edvaldo Santiago, vencedor das eleições pela chapa 4.
Nailton Francisco de Souza, representante da chapa vencedora, informa que uma audiência está programada para a manhã desta sexta-feira com o Tribunal Regional do Trabalho para abordar a questão.
PARALISAÇÃO
A paralisação foi considerada como um protesto contra o cancelamento do resultado das eleições da entidade pela Justiça do Trabalho.
Após a eleição, a Justiça atendeu ao pedido da chapa 1 (Manoel Portela) e suspendeu as eleições, determinando novo pleito com urnas eletrônicas.
A chapa 4, que tomaria posse nesta sexta-feira, alega ter interposto recurso - ainda não julgado pelo TRT - e defende a legitimidade da eleição. De acordo com essa posição, a decisão judicial viola o estatuto do sindicato.
As demais chapas e a diretoria do sindicato afirmam que o chamamento para a greve não representa toda a categoria dos motoristas de ônibus.
A nota do sindicato diz: “O Sindimotoristas, através do seu presidente, cujo mandato foi prorrogado (...) informa a população em geral e as autoridades competentes que não convocou a realização de greve / protesto. A paralisação está sendo convocada pela extinta comissão eleitoral e pelo encabeçador da Chapa 4, que concorreu na eleição do sindicato, eleição esta que teve seus efeitos suspensos pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região. Essas pessoas buscam coagir o Poder Judiciário para validarem de qualquer maneira uma eleição viciada e fraudulenta”.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) declara desconhecer os motivos para a paralisação dos motoristas de ônibus urbanos.
“E, se o motivo é briga interna sindical e questões judiciais, o que a população usuária e as empresas têm a ver com esses problemas, para serem prejudicadas, tanto na operação como na mobilidade?”, questiona em nota.
SEGUNDA GREVE
Esta seria a segunda greve na cidade de São Paulo na mesma semana. Em 28 de novembro, terça-feira, metroviários, ferroviários, trabalhadores da saúde e educação interromperam suas atividades em protesto contra os planos de privatização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A greve, classificada pelo governador como “deboche” e movimento “político”, afetou praticamente todas as linhas de transporte sobre trilhos, com duração de 24 horas.