"Algumas atitudes emergenciais terão que ser tomadas", diz presidente da FIEPE sobre impacto do tarifaço de Trump em Pernambuco
Com início marcado para quarta-feira (6), novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros preocupam principalmente os produtores de frutas

A nova tarifa anunciada pelo governo dos Estados Unidos, de 50% sobre produtos brasileiros, entra em vigor na próxima quarta-feira (6).
Os principais itens da pauta de exportações do estado de Pernambuco para o mercado norte-americano, como uva, manga e açúcar, estão na lista de produtos que sofrerão aumento de tarifa.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Bruno Veloso, esses são justamente os itens mais estratégicos para o setor produtivo local.
“Esses foram bastante tarifados, porque são os nossos principais produtos de exportação”, afirmou, em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, desta quinta-feira (31).
Início da safra amplia preocupação entre produtores
A medida foi anunciada às vésperas da colheita da safra de frutas no Vale do São Francisco. A região tinha como expectativa o envio de aproximadamente 2.500 contêineres aos Estados Unidos nos próximos meses.
Agora, com a entrada em vigor do tarifaço na próxima semana, o cenário é de dúvida. “Está todo mundo sem saber ainda como é que vai acontecer”, relatou o presidente da FIEPE.
Ao todo, 694 produtos brasileiros tiveram mantida a tarifa de 10% anteriormente imposta pelos EUA, o que, em tese, beneficia cerca de 40% das exportações nacionais.
Pernambuco, no entanto, teve pouco ou nenhum ganho com essas exceções. “Os nossos produtos, eles continuarão a ser, assim, na sua maioria [afetados]”, destacou o presidente da federação.
Ainda de acordo com ele, a dependência do estado em relação a poucos produtos amplia o risco em situações como essa. “Nós temos uma exportação para os Estados Unidos de produtos industrializados, e baseada, basicamente, em açúcar e frutas.”
FIEPE ativa plano de contingência com rotas alternativas
Para reduzir os efeitos da medida, o presidente afirmou que a FIEPE acionou seu Observatório — uma plataforma de inteligência de mercado que analisa cenários e propõe caminhos alternativos de exportação.
“Fazemos uma análise econômica de preços e, com isso, vamos entregar para cada exportador de Pernambuco novos caminhos”, explicou o presidente da entidade.
Ele também informou que terá, ainda nesta semana, uma reunião com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas) para alinhamento de ações emergenciais.
Proteção de empregos e renda é prioridade no curto prazo
A entrada em vigor do tarifaço deve exigir respostas imediatas para conter os danos na economia local, sobretudo no setor agrícola do Sertão do São Francisco.
A preocupação maior, segundo Bruno Veloso, é com a manutenção de empregos e da renda gerada pelo setor exportador.
“As ações agora são ações de proteção dos nossos produtores e dos empregos e rendas. Algumas ações terão que ser tomadas realmente de forma emergencial”, afirmou.
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