Como a inteligência artificial impacta os empregos: especialista explica quais profissões estão mais expostas
Estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que um em cada quatro empregos no mundo pode ser afetado pela IA generativa

A inteligência artificial (IA) generativa, capaz de criar textos, imagens, músicas e vídeos, já provoca mudanças no mercado de trabalho.
Segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com o Instituto Nacional de Pesquisa da Polônia (NASK), um em cada quatro empregos no mundo está potencialmente exposto à transformação pela IA.
Para entender os impactos, o cientista Silvio Meira, professor emérito da UFPE e criador do Porto Digital, analisou os dados em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
.
Atividades manuais têm baixa exposição
De acordo com Meira, o impacto da IA depende diretamente do tipo de atividade.
“Foram analisadas mais de 30 mil tarefas diferentes que as pessoas realizam e considerado todo o universo de trabalho que está no espectro da Organização Mundial de Trabalho.”
Ele explica que atividades essencialmente manuais seguem fora do alcance da IA generativa.
"Pintores, invernizadores, pescadores, caçadores, agricultores de subsistência, profissionais de serviços religiosos, ajudantes de cozinha. Não estão expostos à automação ou substituição ou complementação usando grandes modelos linguísticos.”
Setor artesanal também está protegido
Nem mesmo alguns setores industriais estão ameaçados, especialmente os ligados ao trabalho manual.
“Mas se você for, por exemplo, para trabalhadores artesanais e têxteis, por exemplo, pessoas que fazem bordados, mesmo que usando um certo conjunto de princípios e regras, e sempre aquele mesmo bordado em poção, em parfira, assim por diante, a possibilidade de substituição dessas pessoas por inteligência artificial no curto prazo é nenhuma.”
.
Profissões de informação estão mais vulneráveis
O maior risco recai sobre atividades baseadas em processamento de dados e informações.
“Mas se o seu trabalho, aspas, processar informação, e se você faz isso todo dia, e se aquilo ali pode ser codificado como conjunto de normas e regras, que o sistema de informação ele mesmo possa fazer, aí você tem um problema. Seu trabalho quase que certamente pode ser substituído por inteligência artificial em um curtíssimo prazo.”
Acompanhe a entrevista na Rádio Jornal