Jornadas extenuantes, pressão elevada e demandas crescentes têm levado à exaustão física, emocional e mental em muitos profissionais.
Identificar esses sintomas como uma doença ocupacional, a Síndrome de Burnout, tornou-se cada vez mais comum, ainda que nem sempre seja facilmente reconhecida pelos afetados.
O QUE É A SÍNDROME DE BURNOUT?
A Síndrome de Burnout é um tipo de esgotamento profissional causado por estresse crônico no ambiente de trabalho.
Ela se manifesta quando um indivíduo está exposto a condições laborais extremamente exigentes, como jornadas excessivas, pressão constante, falta de reconhecimento, entre outros fatores.
Essa síndrome é caracterizada por um estado de esgotamento físico, emocional e mental, onde a pessoa se sente esgotada, desmotivada, com sentimentos de incompetência e frustração em relação ao trabalho.
Pode afetar a saúde física e emocional, interferindo na qualidade de vida e no desempenho profissional.
DADOS DO BURNOUT NO BRASIL
Com um ritmo crescentemente acelerado e uma cultura de trabalho que demanda mais dos profissionais, incluindo horas extras, reuniões intensas e projetos contínuos, e menos tempo para descanso e lazer, o Brasil está classificado como o segundo país com mais casos da síndrome de Burnout.
Perdendo apenas para o Japão, de acordo com um relatório da International Stress Management Association (Isma-BR - 2021).
Segundo dados levantados pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) no mesmo ano, um em cada quatro brasileiros enfrentava a Síndrome de Burnout.
Diante desse ritmo frenético, informações do Construindo e liderando equipes de alto desempenho mostram que profissionais exaustos têm três vezes mais probabilidade de buscar novas oportunidades em um ano.
Além disso, têm o dobro de chances de se sentirem desconectados dos valores da empresa e dos líderes, de acordo com dados.
Ricardo Triana, diretor executivo do Project Management Institute América Latina (PMI), a principal associação global que prepara organizações e indivíduos para trabalharem de forma mais eficaz e gerarem valor por meio de projetos, destaca:
"Sem saúde mental, física e emocional, não existe produtividade, bons resultados e crescimento. Precisamos olhar para nossa equipe além dos números e desempenho”.
Um dado destacado na pesquisa do PMI é a disparidade na incidência da Síndrome de Burnout entre os colaboradores.
As mulheres apresentam uma taxa de esgotamento de 46%, enquanto os homens registram uma taxa de esgotamento de 37%.
“Além das responsabilidades no trabalho, as mulheres ainda têm uma carga de trabalho em casa muito maior do que os homens. Com essa jornada dupla, ou até tripla, eventualmente, corpo e mente respondem com exaustão, o que pode evoluir para problemas mais graves”, alerta Ricardo.
Quanto à faixa etária, a pesquisa indica que 48% dos indivíduos com menos de 30 anos enfrentam um risco maior de Burnout, comparados a 40% daqueles com 30 anos ou mais.
Isso se deve à maior conectividade da geração X, que consome muito conteúdo e vive de maneira mais conectada do que as gerações anteriores.
SÍNDROME DE BURNOUT SINTOMAS
A Síndrome de Burnout, manifesta-se por meio de uma variedade de sinais e sintomas que podem afetar tanto o aspecto físico quanto o emocional. Alguns sinais comuns incluem:
- Cansaço excessivo: Sensação constante de exaustão, mesmo após períodos de descanso.
- Desmotivação e esgotamento: Perda do interesse e motivação pelo trabalho, sensação de esgotamento emocional.
- Redução da eficácia profissional: Dificuldade em desempenhar tarefas habituais, queda na produtividade e na qualidade do trabalho.
- Alterações no sono: Dificuldade para dormir, insônia ou, em alguns casos, sono excessivo.
- Problemas de saúde: Dores de cabeça frequentes, problemas gastrointestinais, alterações no apetite e outros problemas físicos.
- Irritabilidade e mudanças de humor: Aumento da irritabilidade, mudanças repentinas de humor, ansiedade e depressão.
- Isolamento social: Tendência a se afastar de colegas de trabalho, amigos e familiares.
- Baixa autoestima no trabalho: Sentimento de ineficácia e fracasso nas atividades profissionais.
Estes sinais e sintomas podem variar de intensidade e podem ser diferentes para cada pessoa. Reconhecer esses sinais precocemente e buscar apoio profissional são passos importantes para gerenciar o Burnout.
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