Entenda o que é glicose alta, baixa e normal

A glicose, conhecida como açúcar do sangue, desempenha um papel vital em nosso organismo, sendo um marcador metabólico essencial. Sua variação diária está intrinsecamente ligada aos nossos hábitos de vida, e entender seus nuances é crucial para a manutenção de uma saúde equilibrada.

O que é glicose?

A glicose, sinônimo de açúcar, é medida no sangue por meio da Glicemia. Surpreendentemente, o açúcar do sangue não está ligado apenas a alimentos doces. Qualquer alimento, após a digestão, transforma-se em açúcar, impactando os níveis glicêmicos. A diferença reside na quantidade e rapidez com que a glicemia é alterada.

O que significa glicose alterada?

A realização da glicemia após jejum ou alimentação revela valores esperados diferentes. Glicose alterada pode indicar riscos à saúde. Diante de resultados fora da normalidade, é crucial repetir o exame seguindo regras claras de jejum ou sobrecarga de glicose para um diagnóstico preciso.

Valores de referência

Os valores normais variam: glicose em jejum de 70 a 99 mg/dL e glicose após sobrecarga de até 200 mg/dL. Faixas intermediárias, como glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL, são alertas para mudanças de hábitos. Acima de 126 mg/dL, o diagnóstico de diabetes é estabelecido. Monitorar glicose anualmente é vital.

Glicemia de Idosos

Para os idosos que desfrutam de boa saúde, os objetivos glicêmicos são definidos de forma a proporcionar uma qualidade de vida ótima. Nesses casos, os valores desejados são: HgA1c inferior a 7,5%; Glicemia de jejum entre 90 e 130 mg/dL; Glicemia ao deitar entre 90 e 150 mg/dL.

Para idosos com mais de três doenças crônicas, déficit cognitivo leve ou demência inicial, as metas glicêmicas são ajustadas para levar em conta as condições específicas. Nesses casos, almeja-se: HgA1c inferior a 8%; Glicemia de jejum entre 90 e 150 mg/dL; Glicemia ao deitar entre 100 e 180 mg/dL.

Para os idosos institucionalizados, especialmente aqueles com demência grave e comorbidades graves terminais, os objetivos glicêmicos são ajustados de acordo com as complexidades do quadro clínico. Nesses casos, as metas são: HgA1c inferior a 8,5%; Glicemia de jejum entre 100 e 180 mg/dL; Glicemia ao deitar entre 150 e 250 mg/dL.

Glicemia infantil

Quando se trata da glicemia em crianças a partir de 1 ano de idade, colhida após um período de jejum de 8 horas ou mais. Considera-se normal quando os resultados ficam entre 70 e 99 mg/dL.

Quando a glicemia em jejum se encontra entre 100 e 125 mg/dL, ou entre 140 e 199 mg/dL na medição pós-prandial, a criança pode estar passando por uma fase chamada de pré-diabetes. A Dra. Mônica Andrade Lima Gabbay destaca que a glicemia acima de 126 mg/dL em jejum ou superior a 200 mg/dL no valor pós-prandial é um indicativo claro de diabetes em crianças.

Quais os sintomas de glicose alta?

A hiperglicemia, muitas vezes assintomática, pode causar danos ao organismo. Sintomas incluem sede excessiva, fome, emagrecimento repentino, fadiga, visão embaçada e infecções frequentes.

Quais os sintomas de glicose baixa?

A hipoglicemia, por outro lado, exige atenção imediata, manifestando-se com dor de cabeça, tontura, tremores e, em casos graves, desmaios e convulsões.

Fatores de risco

Hábitos de vida têm papel crucial nas alterações da glicose. Alimentação saudável e exercícios regulares são aliados poderosos. Embora predisposição hereditária seja um fator, a prevenção através de exames regulares é eficaz. Obesidade e práticas inadequadas, como jejum prolongado, também são fatores de risco.

Quais as diferenças entre Diabetes Tipo 1, Tipo 2 e gestacional?

O diabetes, doença metabólica sem cura, tem tipos distintos. O Tipo 1, genético e autoimune, atinge principalmente jovens. O Tipo 2, mais comum em adultos, está associado a hábitos de vida. O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e requer atenção especial, sendo diagnosticado pela curva glicêmica.

Exames de glicose

O teste de glicose com fitas, realizado em casa, oferece controle frequente. A glicemia em jejum, medida após 8 a 12 horas, é um exame simples e rápido. A Hemoglobina Glicada reflete a média da glicose nos últimos meses, enquanto a frutosamina avalia os últimos 14 dias. O 1,5 anidroglucitol e a glicemia pós-prandial também são indicativos valiosos.

Curva glicêmica

O teste de tolerância à glicose, ou curva glicêmica, é vital para diagnosticar alterações glicêmicas. Seu resultado, após ingestão de glicose, é essencial para o diagnóstico de diabetes. Realizado em cerca de duas horas, é uma ferramenta preventiva e diagnóstica, especialmente durante a gravidez.

Conhecer os segredos da glicose é fundamental para manter a saúde em equilíbrio. Diante de qualquer sintoma ou fator de risco, buscar orientação médica e realizar exames regularmente são passos essenciais para uma vida plena e saudável.

Fonte: PEBMED, Terra e Delboni