No 20 de novembro, celebramos o Dia da Consciência Negra no Brasil. Vamos conhecer a história por trás dessa data.
Em 1971, um grupo de jovens negros em Porto Alegre questionou a legitimidade do 13 de maio como celebração para o povo negro. Eles buscavam uma alternativa que destacasse a luta pela liberdade.
Esse grupo, chamado Grupo Palmares, escolheu o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, como a nova data para a celebração.
Para Antônio Carlos Côrtes, advogado e integrante do Grupo Palmare, a lei assinada em 13 de maio de 1888 foi uma abolição incompleta, sem garantias para os ex-escravizados.
O Dia da Consciência Negra ganhou visibilidade em 1971, com um evento no clube Marcílio Dias, em Porto Alegre, valorizando Zumbi dos Palmares como herói.
A escolha do 20 de novembro não foi apenas um contraponto à data oficial, mas uma valorização da cultura, história e papel político dos afro-brasileiros na sociedade.
A proposta do Grupo Palmares recebeu apoio em todo o país, tornando o 20 de novembro um marco da luta e resistência ao racismo, especialmente após ser assumida pelo Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978.
Após uma árdua luta, o Dia da Consciência Negra foi oficializado no calendário escolar em 2003 pela Lei 10.639, que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Em 2011, a presidente Dilma Rousseff oficializou o 20 de novembro como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Entretanto, o feriado só é reconhecido em locais com leis municipais ou estaduais específicas.
O Dia da Consciência Negra é mais do que uma data simbólica; é uma oportunidade para reflexão e celebração da cultura afro-brasileira.