Bolsa Família: mais de 62 mil famílias deixam programa em Pernambuco por renda aumentada

Saída do benefício por emprego ou empreendedorismo é vista como sinal de dignidade, mas economistas alertam para desafios da empregabilidade no estado

Publicado em 25/07/2025 às 14:40 | Atualizado em 25/07/2025 às 14:42
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Em Pernambuco, um número significativo de famílias não precisou mais do Bolsa Família neste mês de julho: mais de 62.000 famílias deixaram de receber o benefício. A razão, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, é considerada positiva: esses grupos familiares alcançaram uma renda acima do limite do programa, seja por conseguirem um emprego formal ou por empreenderem.

Nacionalmente, o número de famílias desligadas do programa neste mês atinge 958.000. Para o ministro Wellington Dias, isso demonstra que os beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único "querem trabalhar, querem emprego decente, querem ajudar o Brasil a crescer".

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Os critérios para o desligamento das famílias são claros:

  • Mais de 36.000 famílias encerraram o período de 2 anos previsto pela "regra de proteção". Esta medida assegura metade do valor do benefício mesmo após a família superar o limite de renda, servindo como apoio na transição.
  • Outras quase 26.000 famílias passaram a ter renda familiar superior a meio salário mínimo por pessoa, o que as torna inelegíveis ao programa.

Apesar dos desligamentos, cerca de 1,5 milhão de famílias em Pernambuco ainda são beneficiárias do Programa de transferência de renda. O Ministério reforça que, caso necessário no futuro, estas famílias que deixaram o programa podem retornar. Elas permanecem no Cadastro Único, e se perderem o emprego, voltam automaticamente para a proteção social do Bolsa Família.

Pernambuco: a contradição entre desligamentos e desemprego

Embora o economista Sandro Prado reconheça como positivo o fato de muitas famílias não precisarem mais do Bolsa Família, ele alerta para os desafios de garantir que elas se mantenham fora da situação de vulnerabilidade que exigiria o retorno ao programa.

Essa preocupação é fundamentada na realidade do mercado de trabalho em Pernambuco. O estado figura há bastante tempo no topo dos estados com o maior índice de desemprego. Apesar de todos os esforços para a criação de novos empregos, Pernambuco lamentavelmente ainda está entre os estados com o menor índice de empregabilidade do país.

Segundo o economista, os índices ainda altos de desemprego dificultam afirmar que o país vive uma recuperação clara do mercado de trabalho — e, por isso, ainda não é possível associar diretamente a saída de pessoas do Bolsa Família a uma melhora econômica consistente.

*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal

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