Bolsa Família: mais de 62 mil famílias deixam programa em Pernambuco por renda aumentada
Saída do benefício por emprego ou empreendedorismo é vista como sinal de dignidade, mas economistas alertam para desafios da empregabilidade no estado

Em Pernambuco, um número significativo de famílias não precisou mais do Bolsa Família neste mês de julho: mais de 62.000 famílias deixaram de receber o benefício. A razão, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, é considerada positiva: esses grupos familiares alcançaram uma renda acima do limite do programa, seja por conseguirem um emprego formal ou por empreenderem.
Nacionalmente, o número de famílias desligadas do programa neste mês atinge 958.000. Para o ministro Wellington Dias, isso demonstra que os beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único "querem trabalhar, querem emprego decente, querem ajudar o Brasil a crescer".
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Os critérios para o desligamento das famílias são claros:
- Mais de 36.000 famílias encerraram o período de 2 anos previsto pela "regra de proteção". Esta medida assegura metade do valor do benefício mesmo após a família superar o limite de renda, servindo como apoio na transição.
- Outras quase 26.000 famílias passaram a ter renda familiar superior a meio salário mínimo por pessoa, o que as torna inelegíveis ao programa.
Apesar dos desligamentos, cerca de 1,5 milhão de famílias em Pernambuco ainda são beneficiárias do Programa de transferência de renda. O Ministério reforça que, caso necessário no futuro, estas famílias que deixaram o programa podem retornar. Elas permanecem no Cadastro Único, e se perderem o emprego, voltam automaticamente para a proteção social do Bolsa Família.
Pernambuco: a contradição entre desligamentos e desemprego
Embora o economista Sandro Prado reconheça como positivo o fato de muitas famílias não precisarem mais do Bolsa Família, ele alerta para os desafios de garantir que elas se mantenham fora da situação de vulnerabilidade que exigiria o retorno ao programa.
Essa preocupação é fundamentada na realidade do mercado de trabalho em Pernambuco. O estado figura há bastante tempo no topo dos estados com o maior índice de desemprego. Apesar de todos os esforços para a criação de novos empregos, Pernambuco lamentavelmente ainda está entre os estados com o menor índice de empregabilidade do país.
Segundo o economista, os índices ainda altos de desemprego dificultam afirmar que o país vive uma recuperação clara do mercado de trabalho — e, por isso, ainda não é possível associar diretamente a saída de pessoas do Bolsa Família a uma melhora econômica consistente.
*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal