Bolsonaro e STF: a análise sobre as cautelares e a improvável prisão

O cientista político Hely Ferreira desvenda a ambiguidade das medidas do ministro Alexandre de Moraes e a estratégia da defesa do ex-presidente

Publicado em 24/07/2025 às 10:37
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A atenção do cenário político brasileiro mais uma vez se voltou para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a defesa do ex-mandatário encaminhar explicações à Corte, a expectativa sobre possíveis novas sanções ou medidas mais duras por parte do STF cresceu, com muitos se perguntando: Bolsonaro será preso?. Para o professor e cientista político Eli Ferreira, a resposta é complexa.

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Cautelares e a estratégia da defesa: desvendando a ambiguidade judicial

A defesa de Jair Bolsonaro agiu com habilidade ao remeter ao ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, a solicitação de clareza sobre o que o ex-presidente pode e o que não pode fazer. A decisão inicial do ministro havia sido percebida como "muito ambígua" e "muito aberta" por observadores e até mesmo advogados.

O cerne da questão reside na interpretação das medidas cautelares aplicadas. Segundo o Artigo 319, C do Código de Processo Penal, o julgador pode aplicar diversas cautelares, incluindo a prisão preventiva. No entanto, o professor Eli Ferreira destaca que o relator poderia ter decretado a prisão preventiva e não o fez, mesmo considerando que Bolsonaro "fica esticando a corda". A interpretação de Ferreira é que o próprio ex-presidente pode estar "fazendo isso para depois ter um discurso [de que] prenderam ele sem transitar em julgado".

A ambiguidade das medidas se manifestou em pontos cruciais:

  • Uso de Redes Sociais: A proibição de usar redes sociais foi interpretada pela defesa como não aplicável a situações em que terceiros postam conteúdos com a imagem de Bolsonaro após entrevistas. "Se você é entrevistado e esse alguém posta você nas redes sociais, você não tem culpa. Não foi você que causou", exemplifica Ferreira.
  • Convivência Social: Bolsonaro está impedido de sair de casa em certos horários e de manter contato com determinadas pessoas, mas pode "conversar com as pessoas, tocar [sua] vida, ir ao [seu] escritório, resolver uma coisa política, manter [seus] contatos" durante o período permitido.

É "justamente nesse ponto que a defesa se pegou para explorar e questionar o ministro", afirmou o professor.

O temperamento de Bolsonaro e o desafio da defesa

Apesar da perícia dos advogados, o professor Eli Ferreira ressalta que a defesa do ex-presidente tem "muita dificuldade em contê-lo, em orientá-lo". Ele descreve Bolsonaro como uma "pessoa intempestiva", o que pode complicar o trabalho dos advogados.

Ferreira ilustra essa dificuldade com exemplos:

  • Um candidato que, apesar de orientado pelo marqueteiro a não atacar adversários, o faz publicamente e ainda revela a orientação, resultando na demissão do marqueteiro.
  • Um deputado que, orientado a não usar a palavra "roubou", repetidamente afirma que "não vai dizer que fulano roubou", transmitindo a mensagem de forma implícita.

"Quando você quer ser bem defendido, você tem que seguir as orientações a quem você contratou", pontua o cientista político.

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A expectativa, no entanto, é de que a prisão preventiva não seja decretada. O professor Eli Ferreira "insiste" que não acredita na decretação da prisão, pois entende que "o problema já foi solucionado a hora que o ministro esclareceu o que é que ele, claramente o que é que ele quer". A sociedade e a imprensa, como sempre, seguirão aguardando as cenas dos próximos capítulos da justiça brasileira.

Analogia para solidificar o entendimento:

Pense na situação jurídica como um jogo de xadrez: o ministro Alexandre de Moraes fez um movimento (as cautelares), e a defesa de Bolsonaro, como um bom enxadrista, respondeu não apenas movendo suas peças, mas também questionando as regras ou a clareza do tabuleiro. A prisão preventiva, nesse cenário, seria o xeque-mate, um movimento que o professor Ferreira acredita que não será dado agora, pois a partida ainda está em andamento e as regras foram (ou estão sendo) melhor esclarecidas.

*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal

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