Brasil pode ficar sem GPS? Sanções dos EUA levantam debate sobre dependência tecnológica

Entenda como funciona o sistema de posicionamento global, os riscos de bloqueio e as alternativas que já existem para garantir a navegação no país

Publicado em 21/07/2025 às 16:44
Google News

A possibilidade de sanções do Departamento de Estado Norte-americano contra autoridades brasileiras, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acendeu um alerta: será que o Brasil pode ficar sem GPS? A questão, levantada por Kevin Paes para o Rádio Livre, coloca em xeque a dependência tecnológica do país e do mundo em relação ao sistema de posicionamento global.

Ouça a matéria em áudio:


O que é o GPS e sua importância?

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é uma tecnologia que revolucionou a forma como nos localizamos e interagimos com o mundo. Desenvolvido originalmente pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos no final do século XX com fins militares, como direcionamento de mísseis e localização de tropas, o GPS se tornou amplamente aplicado para usos civis a partir dos anos 1990.
Atualmente, o GPS é essencial em diversas áreas, sendo utilizado em:


• Celulares e carros, para navegação e informação de rotas;
• Aeronaves e embarcações, para controle do tráfego aéreo e navegação marítima;
• Sistemas de monitoramento, como tornozeleiras eletrônicas;
• Cartografia e monitoramento ambiental.


O sistema é composto por 24 satélites distribuídos em seis planos orbitais ao redor da Terra, garantindo que pelo menos quatro deles estejam sempre visíveis a um receptor GPS em qualquer ponto do planeta. Os sinais transmitidos pelos satélites são unidirecionais, ou seja, saem do espaço e alcançam receptores em qualquer parte do mundo simultaneamente.


Risco de Bloqueio no Brasil?


Apesar das preocupações, cortar o sinal do GPS sem atingir outros países e até mesmo os Estados Unidos seria inviável, dado o alcance global dos seus sinais. No entanto, existem maneiras de interferir localmente no funcionamento do GPS, técnicas que já foram empregadas em zonas de conflito ou de interesse estratégico.


As principais técnicas de interferência são:
• Jamming: Consiste em um bloqueio de sinal feito com dispositivos que emitem ondas de rádio para neutralizar o sinal original dos satélites;
• Spoofing: Engana o receptor, substituindo sinais legítimos por falsos, indicando uma localização incorreta.

Uma hipotética restrição do GPS, mesmo que localizada, afetaria diversos setores civis. Os mais impactados seriam:
• Transportes: Com interrupções na aviação, navegação marítima e logística;
• Telecomunicações e Energia: Redes que dependem do tempo preciso do GPS para sincronização seriam comprometidas.


Alternativas e a Realidade Global


A boa notícia é que o mundo, e o Brasil, não são mais dependentes exclusivamente dos Estados Unidos para a navegação por satélite. Alternativas ao GPS foram desenvolvidas por outras nações e blocos, tornando o cenário tecnológico muito mais diversificado.


Entre os sistemas próprios disponíveis, destacam-se:
• O sistema russo Glonass.
• O sistema chinês Beidou.
• O Galileu da União Europeia.


A maioria dos celulares, aviões, navios e equipamentos modernos já são compatíveis com múltiplas constelações de satélites, o que significa que o GPS não é mais o único sistema disponível. Essa compatibilidade com diversos sistemas garante que, mesmo em caso de interrupção em um deles, as operações possam continuar utilizando outras redes de satélites.


Portanto, embora a possibilidade de sanções gere debate, a realidade é que a tecnologia global já avançou para oferecer redundância e alternativas, reduzindo significativamente a dependência de um único sistema como o GPS americano.

*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional

Tags

Autor