Metrô do Recife inicia troca de trilhos com 40 anos de uso com verba do Novo PAC
Primeira etapa de investimentos foca na linha centro, enquanto a necessidade de modernização da frota e infraestrutura aérea demanda bilhões

O Metrô do Recife, que enfrenta problemas na rede elétrica, nas composições e nas estações, deu o primeiro passo para uma tão aguardada modernização. O modal recebeu R$ 10 milhões de um novo aporte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para custear a troca de trilhos com mais de 40 anos de uso.
Os materiais, que chegaram no mês passado, estão estocados na estação Werneck, no bairro de Jardim São Paulo, no Recife. A superintendente do Metrô do Recife, Marcela Campos, explicou o foco inicial das intervenções: "Essas trilhas descascadas aí com 40 anos de operação, eles pertencem à linha centro e a gente precisava fazer essa troca já há algum tempo".
Marcela Campos destacou que, apesar da importância, o valor é apenas um começo. "É um pequeno investimento diante de todo o montante de que a CBTU precisa. Então, iniciamos no ano passado esse processo de licitação, essa verba foi incluída no PAC através de um pedido da governadora Raquel Lira. Dentro de tudo que isso precisa, ainda é muito pouco, mas a gente tá aqui fazendo nossa parte, iniciando as obras".
Ela também ressaltou a dificuldade operacional: "A gente ainda tem dificuldade porque essas obras precisam ser realizadas dentro da operação comercial do metrô. Você pode impactar um pouco ainda a vida do nosso usuário, mas precisamos tomar essas decisões para que se tenha início numa busca de melhoria do serviço do metrô do Recife".
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Detalhes da troca de trilhos e impacto na operação
De acordo com a CBTU Recife, foram comprados aproximadamente 24 km de trilhos, que serão capazes de reconstruir 12 km da via férrea. Essa metragem corresponde a 17% da cobertura do modal elétrico e também a diesel, que tem um total de 17 km de extensão.
Para minimizar o impacto aos passageiros, a troca dos trilhos será realizada aos domingos, com a suspensão da circulação do metrô. Essa medida está em vigor desde setembro do ano passado, período em que outros serviços também vêm sendo executados.
Desafios e o longo caminho para a modernização total
Apesar do investimento inicial, o Metrô do Recife ainda enfrenta grandes desafios para a modernização completa de sua infraestrutura. Além da troca dos trilhos mais antigos, o sistema necessita urgentemente de investimentos para a substituição de parte da frota, inclusive a que circula na linha sul, conhecida como frota Santa Matilde, que já tem 40 anos e está "bastante desgastada e sucateada". Serviços na rede aérea e em edificações também são cruciais.
A superintendente Marcela Campos aponta para uma necessidade de investimento muito maior. "Hoje os estudos apontam uma necessidade de investimento em torno de R$ 4 bilhões. Então isso inclui até a troca da frota, que já é uma frota bastante desgastada e sucateada, que hoje opera na linha sul, que é a frota Santa Matilde, que já tem 40 anos. Tem toda a questão da problemática de rede aérea, de ações de edificações. Então assim, realmente é um montante muito alto de investimento, mas que precisa ser aportado em parcelas". Ela reitera que os R$ 136 milhões iniciais do PAC foram apenas o "start para o início dessas obras".
O metrô do Recife em números
Atualmente, o metrô do Recife atende cerca de 160 mil pessoas por dia, com um total de 37 estações. O sistema é dividido nas linhas Centro, Sul e também no VLT, e oferece integração com pelo menos 10 terminais de ônibus, como os terminais integrados da Joana Bezerra, do Barro, a Rodoviária em Jaboatão dos Guararapes e a Estação Santa Luzia.