Tensões comerciais EUA-Brasil aumentam com tarifas e o pix na mira americana; impessoalidade em Garanhuns e cenários políticos em destaque

Governo Lula cobra explicações sobre altas taxas em pagamentos eletrônicos, enquanto auditoria aponta falhas de impessoalidade em Pernambuco

Publicado em 18/07/2025 às 8:56
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O cenário das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos atingiu um ponto de "indignação" por parte do governo brasileiro, após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil para o país norte-americano, com vigência a partir de 1º de agosto.

Em resposta, o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços enviaram uma carta confidencial ao governo dos Estados Unidos em 16 de maio.

Esta correspondência, assinada pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi endereçada ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Ludnick, e ao representante de Comércio Jameson Griger.

Nela, o Brasil manifestou sua indignação com o anúncio feito em 9 de julho e cobrou uma resposta sobre as negociações. Apesar de não detalhar o conteúdo confidencial da carta, o governo brasileiro confirmou que ela foi recebida, havendo inclusive reuniões técnicas entre representantes dos dois países até o dia 4 de julho.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que está à frente de um comitê de negociações, descreveu a questão tarifária como um "perde-perde" e ressaltou a urgência de uma solução, mencionando a possibilidade de prorrogação das tarifas como uma alternativa, caso seja necessário.

Alckmin sublinhou que há um sentimento geral de "trabalhar juntos" e que empresas americanas, assim como cidadãos, já estão preocupados com o possível encarecimento de produtos como café, suco de laranja e carne no mercado dos EUA.

O professor Eli Ferreira avaliou que Alckmin é a "pessoa ideal" para discutir a situação, sendo mais "centrado" do que o presidente Lula, cujos discursos, por vezes, são mais "pré-campanha eleitoral" do que focados na resolução imediata de conflitos.

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O pix na mira americana: governo Lula reage à investigação

Em uma nova frente de tensão, os Estados Unidos abriram uma investigação contra o Brasil para apurar práticas desleais de comércio, citando explicitamente os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo, em uma clara referência ao Pix. O professor Eli Ferreira informou que já circula nas redes sociais a afirmação de que "Trump quer acabar com o Pix".

Contudo, o governo Lula já tem uma estratégia traçada: através do comitê liderado por Geraldo Alckmin, será preparada uma resposta aos Estados Unidos, afirmando que o Pix é "consagrado e não mudará". A Constituição brasileira, em seu artigo 4º, orienta que o país deve buscar a "harmonia entre os povos" no cenário internacional, o que implica um esforço contínuo pelo diálogo.

Princípio da impessoalidade em Garanhuns: prefeito sob auditoria especial

No âmbito da política interna, o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) instaurou uma auditoria especial para investigar uma possível violação do princípio da impessoalidade administrativa pelo prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB). A investigação se concentra no Festival de Inverno de Garanhuns, onde o prefeito teria desobedecido a um alerta prévio do próprio TCE ao usar o palco principal do evento para anunciar a contratação antecipada de um artista para a edição de 2026.

Essa prática, que se estende do "ciclo junino", envolve gestores ou potenciais candidatos subindo aos palcos, cantando com artistas e fazendo anúncios em eventos públicos, utilizando "dinheiro do povo" para fins promocionais. O professor Eli Ferreira criticou veementemente essa conduta, ressaltando que, embora uma citação pontual a uma autoridade possa ser aceitável se não for repetitiva, levar políticos ao palco para cantar e fazer anúncios de campanha é inaceitável.

O Artigo 37 da Constituição Federal trata do princípio da impessoalidade, cujo objetivo é assegurar que o bem público não se torne, direta ou indiretamente, privado, evitando a priorização de indivíduos. Conforme apontado pelo professor, a obra "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda (década de 1930) já indicava que o brasileiro frequentemente trata o que é público como se fosse uma extensão de sua casa, uma inversão da empatia para com o privado em detrimento do público. A Constituição de 1988 tentou corrigir essa tendência, mas, ainda assim, "há pessoas que tentam de forma sorrateira driblar o artigo 37".

Análise política e o cenário nacional: diálogo vs. imposição

O professor Eli Ferreira, cientista político, também abordou a importância do diálogo em detrimento da imposição de opiniões em debates, salientando que "isso não é debate, isso é impor a tua opinião". Ele ainda mencionou a figura de Donald Trump, que teria se manifestado a favor da "soltura" e "limpeza da cara" de Bolsonaro, e expressado o desejo de "acabar também com o Supremo, a força e a soberania do país através do Supremo Tribunal Federal".


Em um alerta, o professor citou o pensamento de Rui Barbosa, que já advertia que ataques ao poder judiciário sinalizam uma intenção de "colocar a democracia em perigo".

*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal

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