Pix na mira de Trump: entenda por que o sistema de pagamento brasileiro incomoda os EUA

Sistema de pagamentos instantâneo do Brasil se tornou alvo de uma investigação comercial dos Estados Unidos levantando preocupações sobre concorrência

Publicado em 18/07/2025 às 15:22
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O Pix, lançado no Brasil em 2020, revolucionou as relações de compra e consumo na sociedade brasileira. Contudo, o sistema de pagamento instantâneo mais popular do país agora se encontra no centro de uma investigação comercial aberta pelo governo dos Estados Unidos, a pedido do ex-presidente Donald Trump.

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O Pix sob a Lupa dos Estados Unidos

Apesar de o Pix não ter sido explicitamente mencionado no documento oficial que formalizou o processo, a gestão Trump fez referência a "serviços de comércio digital e pagamento eletrônico, inclusive os oferecidos pelo Estado brasileiro". Dado que o Pix é o único sistema governamental com essa finalidade no Brasil, ele se tornou o alvo implícito da ofensiva norte-americana. Curiosamente, as fontes indicam que não haveria razões "consistentes" para questionar o serviço de pagamento em si.


Concorrência e a ameaça ao setor norte-americano


A verdadeira explicação por trás da investida dos EUA parece residir no embate com as Big Techs e na intensa concorrência com as gigantes bandeiras de cartões de crédito norte-americanas, como a Visa e a Mastercard. O sucesso estrondoso do Pix e seu papel como "vitrine" para o Brasil estão sendo interpretados como uma ameaça direta ao setor financeiro dos Estados Unidos.
O Pix é gratuito para pessoas físicas e tem custo baixo para empresas, o que o torna uma forte concorrência para as grandes operadoras de cartão de crédito dos EUA. Esse cenário força as companhias a reajustarem seus modelos de negócio, uma vez que empresas de alta tecnologia, como o Google, lucram com taxas sobre transações e podem enfrentar uma possível perda de receita.


Pix Internacional e a questão da hegemonia do dólar


Os receios de Trump também estariam profundamente ligados ao avanço do Pix Internacional e às discussões do BRICS sobre alternativas ao uso do dólar no comércio global. O Banco Central do Brasil está trabalhando para implementar o Pix Internacional, que já é aceito de forma limitada em alguns países, como Argentina e Portugal. A expectativa é que, em breve, pagamentos transfronteiriços possam ser realizados de forma definitiva, interligando sistemas de pagamento instantâneo.


Especialistas acreditam que a possibilidade de o Pix Internacional ser usado como meio de pagamento entre os países do BRICS — que incluem Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã — é o que mais tem incomodado os Estados Unidos. Isso porque tal avanço ameaçaria a paridade do dólar nas negociações e comprometeria a hegemonia da moeda no sistema financeiro global.


Donald Trump já expressou publicamente sua oposição à criação de uma nova moeda ou meios de pagamento que substituam o dólar, tendo até mesmo ameaçado aplicar tarifas de 10% às nações integrantes do BRICS. Para o Brasil, a busca por alternativas ao uso do dólar no comércio é, inclusive, uma das prioridades dentro do grupo BRICS.

*Texto gerado com auxílio de IA a partir de conteúdo autoral da Rádio Jornal com edição de jornalista profissional

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