Fruticultura Pernambucana em Xeque com "Tarifaço" dos EUA

Pernambuco tem estoque de manga parado e alerta risco de colapso no mercado, com perdas de até US$ 54 milhões na relação com seu principal parceiro.

Publicado em 17/07/2025 às 12:36
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A fruticultura de Pernambuco já sente os duros impactos do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A preocupação é crescente, especialmente no Vale do São Francisco, onde um volume expressivo de manga, pronta para embarque, está parado e corre o risco de não ser mais enviado para o mercado norte-americano.

A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) estima que cerca de 2.500 contêineres, contendo até 14 milhões de caixas, aguardam exportação. Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, alerta para a gravidade da situação, que afeta diretamente um setor vital para a economia local.

O Impacto Imediato: Milhões de Caixas Paradas e um Mercado em Risco

A manga é, sem dúvida, o principal produto exportado do Vale do São Francisco para os Estados Unidos. Historicamente, os embarques ocorrem entre agosto e novembro, um período estratégico que coincide com a entressafra no México, principal concorrente do Brasil. No ano passado, o Brasil exportou 36.000 toneladas da fruta para os norte-americanos, gerando uma receita de quase 46 milhões de dólares.

A região do Vale do São Francisco tem a capacidade de produzir o ano inteiro, e suas exportações totais de frutas para os EUA giram em torno de 50 milhões de dólares. O mais importante, e o que ressalta o papel crucial do Brasil, é que a manga brasileira não compete com a produção dos Estados Unidos. Pelo contrário, durante a chamada "safra americana", o Brasil desempenha um papel de abastecer um mercado que, de outra forma, seria inexistente, preenchendo uma lacuna de oferta de frutas como manga e uva.

Cenário Futuro e o Alerta de Colapso Econômico

A confirmação da taxação pode trazer consequências devastadoras. As estimativas apontam para uma queda de até 70% no volume exportado em 2025, o que representaria uma perda de cerca de 54 milhões de dólares em receita para o setor.

Guilherme Coelho, da Abrafrutas, expressa uma profunda preocupação com a instabilidade gerada por essa medida unilateral, vinda de um parceiro comercial de séculos. Ele adverte que a reação do mercado é imprevisível e pode levar a um colapso. Redirecionar o volume de mangas para o mercado europeu, por exemplo, poderia causar um colapso lá, e o mercado interno simplesmente não teria capacidade para absorver tanta quantidade.

Diante do cenário, a associação busca um consenso e propõe soluções como a implementação de cotas, onde um determinado volume de caixas de frutas entraria com tarifa zero, como sempre foi. Outra sugestão é a isentação para alimentos, considerando frutas e sucos como itens essenciais. A urgência é clara: é preciso dialogar para evitar um colapso que pode afetar milhares de produtores e a balança comercial do país.

*Texto gerado com auxílio da IA a partir de uma fonte autoral da Rádio Jornal, com edição de jornalistas profissionais.

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