Cortes nas universidades são "colapso herdado", afirma ministra Luciana Santos
Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, Luciana Santos, falou sobre investimentos em Pernambuco e necessidades das universidades

Os cortes nos orçamentos do Governo Federal afetaram universidades de todo o país, após a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.
No último mês de abril, os reitores da UFPE, da UFRPE, da Ufape e da Univasf alertaram que o funcionamento das instituições pode ser comprometido por insuficiência de recursos para a manutenção dos serviços essenciais, podendo se agravar entre agosto e setembro.
As dificuldades incluem desde o pagamento de contas de água e energia até obras de reparo, transporte, segurança e limpeza, afetando também os programas de assistência estudantil.
De acordo com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, “esse é um colapso herdado” da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à Rádio Jornal, a ministra citou os investimentos no estado de Pernambuco e o sentimento de “retomada” do governo. Segundo ela, em dois anos e meio, o investimento foi de R$ 374 milhões em universidades, startups e empresas, mas ainda não foi possível “recompor todas as necessidades que as universidades precisam”.
“Foi recomposto o orçamento das universidades, mas pelo passivo deixado pelo governo anterior, que praticamente teve um apagão das universidades brasileiras, ainda não está sendo suficiente para recuperar, até porque o governo tem que cumprir o arcabouço fiscal”, explicou Luciana.
Neste ano, a LOA destinou R$ 6,5 bilhões para as 69 universidades federais do país — valor R$ 100 milhões superior ao de 2024.
Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o orçamento para 2025 é de R$ 170,4 milhões. Já na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é de R$ 74,6 milhões.
Valorização da iniciação científica
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil destacou, ainda, o reajuste nas bolsas de iniciação científica no país, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“Nós temos toda a disposição de fazer algo que seja mais estruturante e que possibilite a permanência. Porque há um ingresso grande, mas a permanência e a ascensão na carreira científica há anos vem em queda e nós temos que recuperar a paixão pelo conhecimento e a valorização da carreira científica”, esclareceu.