Especialista analisa politização de debates públicos após fala de Janja
Priscila Lapa, cientista política, avaliou, durante o programa Passando a Limpo, os desdobramentos que falas da primeira dama podem ter

A recente declaração da primeira-dama Janja Lula da Silva sobre temas institucionais têm gerado repercussão na bolha política.
“Não há protocolo que me faça calar”, afirmou Janja da Silva nesta segunda-feira (19), ao rebater críticas sobre suas declarações ao presidente da China, Xi Jinping, durante viagem oficial ao país na semana passada.
Durante entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, a cientista política Priscila Lapa avaliou os desdobramentos da fala da primeira-dama.
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Relações diplomáticas
"Eu acredito que a gente tem que colocar as coisas no seu devido lugar. O ativismo político talvez não seja cabível dentro de relações diplomáticas", avaliou Priscila.
Segundo Priscila, o episódio reforça a percepção de que o debate político no Brasil ainda se dá de maneira radicalizada, entre “quem concorda com alguma coisa radicalmente e quem discorda radicalmente”.
Debate público
o ser questionada sobre o impacto da fala no debate público, a cientista política explica que o episódio se limita a colocar "muito calor em algo que deve ser debatido de forma mais serena”.
Ela destacou que essa divisão tende a dificultar o avanço de consensos em torno de temas importantes para a sociedade. “Virou mais uma vez um posicionamento político nesse jogo extrema direita, extrema esquerda, sem que a gente chegue em consensos daquilo que é importante para o conjunto da sociedade”, afirmou.
Priscila Lapa ressaltou a necessidade de tratar os debates com base em “razão técnica, das razões, das motivações públicas”, e não pela lógica da polarização ideológica, que tem marcado o cenário atual.
“A gente criou nos últimos tempos uma distorção em que tudo tem que caber num posicionamento político ideológico, quando a gente pode tratar as coisas de uma forma muito mais republicana”, acrescentou.
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