FIEPE lança fórum para monitorar obras e defende união pelo desenvolvimento de Pernambuco

Federação vai criar plataforma acessível que permitirá que população, empresários e lideranças políticas acompanhem avanços e cobrem soluções

Publicado em 01/04/2025 às 11:37
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A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) lançou, nesta segunda-feira (31), o Fórum Permanente de Infraestrutura do Estado, uma iniciativa que visa acompanhar o andamento de obras públicas em Pernambuco. Em entrevista ao Passando a Limpo desta terça-feira (1), na Rádio Jornal, o presidente da federação, Bruno Veloso, falou sobre a motivação da ação e como ela vai funcionar.

“Pernambuco precisa se unir numa causa única. Eu costumo dizer que todos nós precisamos puxar a corda para o mesmo lado”, disse Veloso, defendendo a união de interesses de lideranças políticas e empresariais pelo desenvolvimento do estado, para além de divergências ideológicas.

Ele apontou que devido à falta de “diálogo profundo”, as “coisas não têm acontecido em Pernambuco”. Por isso, a FIEPE se sentiu na “obrigação de ser um palco onde se reúnam todos os entes” para que procurarem, juntos, discutir ações que são relevantes para o estado.

“Eu acredito que está faltando diálogo, mas se tivermos como colocar todos em uma mesa, trazer pautas importantes para Pernambuco, nenhum político pernambucano, nenhum deputado, nenhum vereador, nenhum deputado estadual, vai deixar de se sentar e buscar aquilo que é melhor para o seu estado”, afirmou.

Veloso revelou que a iniciativa vai contar com uma plataforma acessível, onde qualquer pessoa poderá acompanhar o andamento de uma determinada obra. O sistema vai contar com boletins e atualizações instantâneas sobre as movimentações relacionadas à construção.

“Com isso a gente vai poder saber o andamento de cada ponto, não vai precisar estar fazendo uma entrevista aqui, outra ali, com as informações soltas. Naquele local você vai encontrar todas as informações daquela obra. E aí a gente vai poder cobrar”, afirmou o presidente da FIEPE.

 

Atrasos retardam o desenvolvimento do estado

Ao falar sobre os impactos das obras inacabadas, Bruno Veloso trouxe o Polo Gesseiro do Araripe como exemplo. Ele afirmou que, embora as importações de gesso da Europa tenham crescido no mercado interno, o que indica uma maior demanda pelo produto, a produção no sertão de Pernambuco não está se expandindo.

Um dos entraves para o desenvolvimento do setor gesseiro no estado, segundo o empresário, são os atrasos nas obras da Transnordestina, ferrovia que ligará o interior de Pernambuco ao Porto de Suape.

Se tivéssemos ligado essa ferrovia até Suape, as exportações do gesso chegariam no porto a um preço competitivo, porque hoje o transporte do gesso, só para chegar em Suape, ele já é mais do que o dobro do preço do produto”, explicou. Com a conclusão das obras, ele afirma que seria possível triplicar ou até quadruplicar a produção de gesso, o que geraria mais renda e riqueza para a região.

“São todas essas inquietudes que têm trazido o empresariado a trazer essa discussão sobre essas obras que precisam acontecer”, reforçou.

Pernambuco precisa se destacar entre os vizinhos

Veloso apontou também que, sem promover seu desenvolvimento, Pernambuco corre o risco de perder espaço para estados vizinhos. “Os recursos não têm nacionalidade, naturalidade, nem municipalidade. Quando você vai fazer um investimento, sempre vai se buscar o melhor ambiente de negócio para se investir e nós precisamos criar esse ambiente aqui.”

Para tornar Pernambuco mais competitivo e atrativo para o empresariado, o presidente da FIEPE é enfático em relação à necessidade de melhoria da infraestrutura do estado, por isso a iniciativa da federação é vista como importante.

“As indústrias só vão se implantar em determinados locais se elas tiverem as condições básicas. É preciso ter energia, água, uma internet de qualidade, é preciso escoar sua produção”, pontuou.

Finalizando, Bruno Veloso disse acreditar que o acompanhamento e a finalização das obras deve atrair mais investimentos de empresários. “Se tiver um investimento com rentabilidade melhor em outros estados, é muito provável que isso aconteça”, concluiu.

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