Mobilidade e engorda da orla são as principais demandas das prefeituras da RMR
Em novo episódio do Giro Metropolitano, o presidente da Condepe/Fidem, André Fonseca detalhou as parcerias entre o Estado e prefeituras da RMR

O presidente da Condepe/Fidem, André Fonseca, citou a mobilidade e a engorda da orla como as principais demandas apresentadas ao Governo do Estado pelas prefeituras da Região Metropolitana do Recife (RMR), após as reuniões de integração realizadas neste mês. A declaração foi dada no novo episódio do videocast Giro Metropolitano, que foi ao ar neste sábado (29), na Rádio Jornal e nas plataformas digitais do Sistema Jornal do Commercio.
De acordo com André, pelos contatos com as prefeituras nos últimos 15 dias, foi possível identificar os dois temas prioritários: mobilidade e engorda da praia.
"A mobilidade, sem sombra de dúvidas, tem que ser de longo prazo, de 30 a 40 anos, pelos estudos, mas tem que ter entregas de curto, médio e longo prazo. As pessoas tem que perceber as melhorias, de pequenas coisas até chegar no macro. O outro tema é a engorda da praia. Essa a gente entende que pode ser mais rápida, porque a execução dela não é tão demorada. A fase do projeto, sim, precisa ser mais detalhada e um tempo maior", detalhou.
Na entrevista ao Giro Metropolitano, André Fonseca falou sobre os desafios e ações para gestão metropolitana, integrando o Governo do Estado e as prefeituras da RMR, que é a quinta maior região metropolitana do país em população. Segundo André, a RMR concentra em torno de 42% dos habitantes de Pernambuco em apenas 3% do território estadual, o que resulta em problemas urbanos.
Fonseca explicou que, seguindo o princípio de Pareto (80/20), priorizar a RMR significa atender grande parte da população estadual.
O presidente da Condepe/Fidem também destacou dados da Fundação João Pinheiro que apontam que 44% do déficit habitacional de Pernambuco está na RMR e 70% dos domicílios em condições inadequadas do estado também estão na região.
O presidente destacou que a governadora Raquel Lyra estabeleceu o "compartilhamento" como palavra-chave da gestão. André Fonseca apontou que é projetos metropolitanos são melhor recebidos pelo Ministério das Cidades. Como exemplo, citou o PAC Encostas, onde o Governo de Pernambuco possui em torno de R$ 1,2 bilhão para investir.
André também revelou que, após as reuniões técnicas entre 17 e 20 de março, identificou-se que projetos de Moreno e Paulista sobre encostas se sobrepunham aos do governo estadual. Na questão da orla, um projeto de 2012 que atendia Recife, Olinda, Jaboatão e Paulista foi colocado na discussão com as prefeituras, onde Ipojuca e Olinda apontaram a necessidade de um novo projeto, com a gestão olindense destacando maior urgência.
Nas áreas limítrofes, André citou ações em execução em Monte Verde, área de divisa entre Jaboatão dos Guararapes e Recife. De acordo com o presidente da Condepe/Fidem, o governo atua com contenção de encostas, reformas habitacionais e um programa em parceria com a UFPE, que capta água da chuva para evitar deslizamentos.
Obras de mobilidade
André também elencou obras em andamento na RMR, realizadas pela gestão estadual. Confira a lista abaixo:
- Arco Metropolitano: Trecho 2 - Sul (25 km) em fase final de licitação, com data definida para 11 de abril para propostas. Trecho 1 - Sul (20 km) tem projeto executivo finalizado e está sendo revistado pelo DNIT;
- Modernização dos corredores Norte-Sul e Leste-Oeste dos BRTs;
- Via Metropolitana Norte, ligando PE-15 a ponte do Janga. Prevista para terminar no segundo semetre de 2026.
Fonseca também detalhou a situação do metrô, destacando o andamento da negociação com o governo federal. De acordo com o presidente da Condepe/Fidem, o projeto está em fase de equacionamento econômico-financeiro, com possível investimento federal de R$ 3,3 bilhões.
Também de acordo com Fonseca, o BNDES estuda 18 projetos de mobilidade para a RMR, incluindo 6 novas linhas de metrô e VLT. Paralelamente, a Condepe/Fidem prepara termo de referência para atualizar o plano diretor de transporte urbano, que data de 2008.
"A mobilidade precisa ser pensada em prazos longos, mas com resultados visíveis desde já", concluiu Fonseca, destacando a necessidade de integração entre os municípios da região metropolitana.