Caruaru recebe reforço da Adutora do Agreste em meio à crise da barragem de Jucazinho

Com apenas 3,7% da capacidade, o sistema de Jucazinho, que abastece 14 cidades no agreste de Pernambuco, enfrenta situação de pré-colapso

Publicado em 24/03/2025 às 11:40
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A barragem de Jucazinho, localizada no agreste de Pernambuco, enfrenta uma situação de pré-colapso devido à crise hídrica. Na última semana, o equipamento atuava com apenas 4,6% da sua capacidade total de armazenamento. Nesta segunda-feira (24), o nível já caiu para 3,7%.

A informação é do presidente da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), Alex Campos, que falou ao programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal. Segundo o gestor, a companhia monitora a situação da barragem diariamente, classificada por ele como um"ambiente de insegurança".

Localizada no município de Surubim, Jucazinho é responsável pelo abastecimento de 14 cidades do agreste pernambucano, com destaque para Caruaru, que tem 40% do abastecimento dependente da barragem.

Em estado normal, o sistema de abastecimento de Jucazinho opera com uma vazão de cerca de 900 litros por segundo (l/s). Na situação crítica atual, esse volume já caiu para 500 l/s. Disso, 400 l/s são destinados apenas para Caruaru, que tem mais 370 mil habitantes.

Reforço da Adutora do Agreste

O presidente da Compesa informou que foi concluída neste sábado (22) a interligação da Adutora do Agreste à Estação de Tratamento de Água (ETA) Salgado, por onde a água de Jucazinho passa antes de chegar à Caruaru. A obra emergencial vai ajudar a reduzir os impactos da crise hídrica que a região enfrenta.

Com a nova infraestrutura, a ETA Salgado vai receber um reforço de 400 l/s do Rio São Francisco, totalizando 600 l/s, o triplo do volume de água recebido do Velho Chico atualmente, o que supre a demanda de abastecimento de Caruaru ligada à barragem de Jucazinho, permitindo que mais água chegue às outras cidades atendidas pelo sistema.

“Nos próximos 15 dias, Caruaru não dependerá mais do sistema Jucazinho. O sistema Jucazinho para Caruaru vai funcionar como uma redundância, vai funcionar como uma alternativa operacional em caso de manutenção da Adutora do Agreste”, afirma Alex Campos.

Conclusão das obras 

A interligação com a ETA Salgado representa apenas uma parte do projeto da Adutora do Agreste, que promete abastecer 1,3 milhão de pessoas em 23 municípios, por meio da transposição do Rio São Francisco. Com obras que já se arrastam por anos, a primeira etapa do projeto deve ser concluída até o fim de 2026, segundo o presidente da Compesa.

Ele afirma que, no momento, a execução do projeto da primeira etapa passa pela etapa de licitações para a construção de sub-adutoras em trechos que passam por cidades como São Bento do Una e Gravatá, que farão ligação com o eixo principal da estrutura.

Em relação à conclusão da segunda etapa da Adutora do Agreste, que vai beneficiar um total de 2 milhões de habitantes em 68 municípios, Alex Campos diz que o Governo Federal disponibilizou recursos para a finalização do projeto, que deve ser executado em apenas cinco ou seis anos.

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