Articulação política para 2026 é tema de debate na Rádio Jornal nesta segunda-feira (24)
Representantes de PT e PSB revelaram os planos das legendas em Pernambuco para as eleições de 2026 e discutiram questões da política estadual

Os preparativos e articulações para as eleições de 2026 em Pernambuco foram tema de debate na Rádio Jornal, nesta segunda-feira (24). Na Super Manhã, representantes do PT e PSB em Pernambuco apresentaram suas estratégias para o pleito do próximo ano.
De um lado, os petistas, representados pelo diretor estadual do PT-PE Pedro Alcântara, mantém ênfase na reeleição do presidente Lula (PT), enquanto do lado pessebista, representado pelo deputado estadual e presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes, o partido se coloca pronto para a disputa das eleições em 2026. O encontro contou também com a análise do cientista político Hely Ferreira sobre o cenário político estadual.
“PSB continua sendo o maior partido do estado”, diz Sileno Guedes
De acordo com Sileno Guedes, os anos sem eleição são de dedicação à organização do partido, buscando promoção de formação política e novas filiações, para renovar a militância.
“O PSB hoje é um partido com projeto definido para 2026, estamos fazendo o dever de casa, o ano de organizar e trabalhar é esse ano de 2025. Fizemos bem feito em 2024 e vamos chegar em 2026 com um projeto definido e claro para apresentar à sociedade”, disse.
O presidente estadual do PSB lembrou que o partido deverá ser presidido pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), a partir de junho, que ficará responsável por discutir a articulação do PSB para 2026.
Sileno enfatizou que o PSB “continua sendo o maior partido do estado”, destacando os resultados do partido nas eleições municipais de 2024.
“O PSB hoje em Pernambuco continua sendo o maior partido do estado. (Em 2024) O eleitor saiu de casa para votar no 40. O PSB teve o maior número de votos que qualquer outro partido no nosso estado. Elegemos a maior bancada de vereadores, foram 337 eleitos pelo PSB, tivemos mais de 1,4 milhões de votos em 2024, sendo o partido que foi mais votado”, enfatizou.
“Eu dou até um desconto, tiro até o Recife dessa conta e a gente continua sendo o mais votado”, complementou.
2026 para o PT é de foco total na reeleição de Lula
No contexto do PT, Pedro Alcântara destacou o processo eleitoral interno do partido, que iniciará em abril, já sob comando do presidente interino do PT, o senador Humberto Costa (PT-PE). De acordo com Pedro, a partir da definição das novas diretorias (nacional, estadual e municipal), em julho, o debate de 2026 no partido será intensificado.
Pedro, no entanto, ressaltou que, o projeto maior do partido para 2026 é a reeleição do presidente Lula (PT). Para o diretor estadual do PT, a reeleição de Lula seria uma nova “salvação do Brasil”.
“A nossa grande prioridade em todo o país é a reeleição do presidente lula. A gente entende que será uma reeleição, mais uma vez, de salvação do Brasil, daqueles que defendem a democracia e a inclusão social. A gente acredita que, mais uma vez, essas bandeiras vão desaguar na liderança de Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.
Pedro reafirmou o projeto que vem sendo defendido pela alta cúpula do PT, que tem como prioridade, além da reeleição de Lula, o fortalecimento da bancada de deputados federais e do Senado. De acordo com o diretor estadual do PT, o partido tem discussão para fazer em Pernambuco, mas prioriza a reeleição de Humberto Costa para o senado.
“O PT, como partido portador do Lulismo e da força que o presidente Lula representa, fará essa discussão em Pernambuco, antenado com essa prioridade da reeleição de Lula, dialogando com as forças que precisa dialogar, para fortalecer esse projeto e também para fortalecer a nossa bancada federal e reeleger o nosso senador Humberto Costa”
Ainda de acordo com Pedro, não apenas o PT não possui outro candidato para disputar a presidência, como o “Brasil democrático” não conta com outro nome que tenha o peso de Lula.
“O PT não tem outro candidato que não seja o presidente Lula. Acredito que o Brasil democrático não tem outro candidato com o peso histórico, com a relevância eleitoral, com a simbologia social que o presidente Lula carrega e encarna”
Pedro complementou, destacando que a reeleição de Lula é cumprimento de “papel histórico” do PT de “ajudar o Brasil a fortalecer a democracia” e livrar o país do fascismo e da extrema-direita.
“A gente ainda vive um período assombrado e de perigo mesmo, em relação ao fascismo. Essas forças da ultradireita não estão mortas, ainda estão vivas e tentam voltar ao poder. Nós do PT temos certeza que vamos cumprir o papel histórico de ajudar o Brasil a fortalecer sua democracia e se livrar desse mal do fascismo e da extrema-direita”
Cientista político fala em tradição nacional de reverenciar pessoas na política
O cientista político Hely Ferreira criticou o momento atual da política brasileira, que, segundo ele, mantém a tradição de se articular a partir de “projetos pessoais”.
“Talvez seja uma discussão um pouco utópica, mas o bom seria que essas articulações desaguassem no melhor para a população. Muitas vezes essas articulações são montadas em cima de projetos pessoas e não de projetos coletivos. Temos uma tradição no Brasil de reverenciar pessoas e não projetos", analisou.
Para Hely, essa forma de pensar a politica, a partir de nomes e pessoas, fragiliza a democracia. O cientista político também apontou que os programas partidários ou as ideologias dos partidos não são discutidas comumente, mas que há uma disposição maior para conhecer as pessoas que estão na política.
"Pouco se conhece programa partidário, ideologia de partido, mas se conhece as pessoas. Me parece que no Brasil as pessoas são mais importantes que os partidos políticos”, disse.
“Enquanto nós pensarmos assim, enquanto nossa democracia for assim, nós teremos sempre uma frágil democracia. Não se pode pensar em uma democracia consolidada sem partidos políticos fortes, para o bem ou para o mal”, complementou.