SEXUALIDADE

Descoberta inédita revela possível origem da bissexualidade nos humanos; você vai se surpreender!

Pesquisa explica o porquê da seleção natural não ter eliminado a atração pelo mesmo sexo

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Fernanda Cysneiros

Publicado em 04/01/2024 às 11:36 | Atualizado em 04/01/2024 às 12:02
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A sexualidade humana é um "espectro" para muitos, em suas diversas formas de manifestação.

No entanto, um novo estudo publicado na quarta-feira (3), na revista Science Advances, traz descobertas inéditas para o campo.

A pesquisa expõe que a bissexualidade - a orientação sexual que manifesta interesse e atração pelos sexos masculino e feminino - pode estar relacionada com variações genéticas.

Os autores argumentam que o estudo ajuda a responder à antiga incógnita evolutiva, justificando o porquê da seleção natural não ter eliminado a genética que sustenta a atração pelo mesmo sexo.

De uma perspectiva evolucionista radical, o sexo sem a perspectiva de produzir filhos poderia ser visto como uma perda de tempo e de energia – um comportamento que poderia ser rejeitado pelos genes.

No entanto, a pesquisa revelou que cerca de 2% a 10% das pessoas têm relações sexuais com outras pessoas do mesmo sexo.

Isso porque os "genes da bissexualidade" são os mesmos que fazem com que alguém esteja mais disposto a correr riscos. 

BISSEXUALIDADE E GENÉTICA

As afirmações do estudo indicam que os marcadores genéticos associados à bissexualidade estão ligados a uma maior afinidade "ao risco", no sexo masculino.

Esse fator pode favorecer a ocorrência de relações sexuais sem preservativos e está relacionado a um número maior de filhos.

Tais características "provavelmente são vantajosas para a reprodução, o que pode explicar sua persistência no passado e prever sua prevalência futura", escreveram os autores.

"Estamos falando aqui de três traços: número de filhos, tomada de riscos e comportamento bissexual, todos compartilham elementos genéticos", explicou um dos autores, Jianzhi Zhang.

A POSSÍVEL INFLUÊNCIA DO AMBIENTE

Mais de 450 mil pessoas tiveram dados analisados para a pesquisa, com a parceria do Biobanco do Reino Unido.

O Biobanco também traz dados que relacionam o crescimento de comportamentos bissexuais ao longo das décadas com uma maior abertura da sociedade.

Além disso, segundo estimativas dos autores do estudo, o ambiente no qual a pessoa está inserida tem cerca de 60% de influência na bissexualidade. Os outros 40% se devem à genética.

Longe do preconceito e discriminação, a pesquisa deseja contribuir para a "diversidade, riqueza e melhor compreensão da sexualidade humana" e não tem a intenção, de forma alguma, de "sugerir ou apoiar a discriminação baseada no comportamento sexual".

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