Chip da beleza: Médicos alertam para possível relação do implante hormonal com câncer
Saiba quais são os perigos associados aos implantes hormonais e sua possível relação com o câncer.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) emitiu um alerta crucial sobre o uso crescente no Brasil dos implantes hormonais, popularmente conhecidos como "chip da beleza".
Esta prática, não aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso comercial e produção industrial, tem despertado preocupações significativas devido a sua possível associação com o desenvolvimento de câncer.
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O que é o "chip da beleza"?
Os implantes hormonais, manipulados e desprovidos de informações farmacocinéticas ou de segurança, estão sendo prescritos de forma inadequada para objetivos estéticos, como estratégia para emagrecimento, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, redução de gordura corporal, aumento da libido e massa muscular.
Porém, especialistas alertam que não há doses seguras para o uso de hormônios com propósitos estéticos ou de performance, e os efeitos colaterais desses dispositivos podem ser imprevisíveis e graves, superando qualquer suposto benefício.
A SBCO destaca a carta conjunta de sete sociedades médicas à Anvisa, demandando ações diante do uso indiscriminado desses implantes no país. Os especialistas enfatizam a ausência de bula ou informações regulatórias adequadas para esses produtos, ressaltando que somente o implante de etonogestrel, chamado de Implanon e aprovado como anticoncepcional, possui registros autorizados.
Relação entre implantes hormonais e câncer:
Os esteroides androgênicos e anabolizantes, presentes em alguns desses implantes, são categorizados pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS) como substâncias provavelmente carcinogênicas a humanos (Categoria 2A). Esta classificação eleva a preocupação com a segurança desses dispositivos, associando-os ao aumento do risco de desenvolvimento de neoplasias malignas.
O presidente da SBCO, Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro, ressalta a importância da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) como uma diretriz fundamental para a atuação médica, especialmente no que se refere ao uso de esteroides androgênicos e anabolizantes.
Ele enfatiza a necessidade de diretrizes embasadas em evidências científicas para orientar indicações terapêuticas, destacando a ausência de dados de segurança em relação ao uso desses hormônios e o risco potencial de neoplasias malignas.
Alerta Médico:
A SBCO salienta a ausência de aprovação pela Anvisa, a liberação irregular dos hormônios desses implantes e a falta de estudos conclusivos sobre a segurança dessa forma de reposição hormonal.
Aspectos relevantes como o aumento do risco de câncer de mama e a complexidade da remoção desses dispositivos, caso a paciente desenvolva câncer na vigência do tratamento, são preocupações adicionais apontadas pela entidade.
Fonte consultada: Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)
“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”