A vida de Andreas von Richtofen nunca mais foi a mesma após o duplo assassinato cometido pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinho a Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen. Suzane von Richtofen, filha do casal, foi julgada como a mandante do caso.
Atualmente, Andreas Albert von Richtofen tem 36 anos, com a graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP). Em seguida, ele fez o Doutorado em Química, na mesma universidade.
Em 2005, anos após a morte dos pais, Andreas Richthofen foi aprovado em Medicina, na Universidade Federal de São Paulo, além de outras faculdades.
ANDREAS RICHTHOFEN FALA PELA PRIMEIRA VEZ
Após o assassinato dos pais, Andreas Richthofen ficou sob tutela de um tio e dos avós. O rapaz nunca deu entrevista, porém, em 2015, o irmão caçula de Suzane entregou uma carta a uma repórter da Rádio Estadão, afirmando sentir raiva dos três culpados pelo duplo homicídio.
Veja a carta na íntegra:
"É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.
Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento.
Encare da perspectiva existencialista. No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes.
Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal.
Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen."
ANDREAS RICHTHOFEN USOU DROGAS?
Andreas von Richthofen foi detido, em 2017, após invadir uma casa em São Paulo. Ele estava sob efeito de drogas.
ANDREAS RICHTHOFEN FALA SOBRE A IRMÃ, SUZANE RICHTHOFEN
O fórum da Barra Funda, em São Paulo, foi responsável por ouvir, em 18 de julho de 2006, o depoimento à Justiça de Andreas von Richthofen.
Dezenove anos depois do crime brutal, o caso volta à tona com os lançamentos dos filmes "A menina que matou os pais" e "O menino que matou meus pais". No julgamento que definiu a condenação de Suzane a 39 anos de prisão, Andreas foi responsável por desmentir a própria irmã.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, publicada no dia seguinte ao depoimento de Andreas, o jovem, que estudava na Universidade de São Paulo (USP), estava com "barba por fazer, cabelos longos, trajando calça cargo, blusa de lã e tênis".
Andreas, que pediu para prestar depoimento sem a presença de Suzane, Daniel e Cristian Cravinhos, deixou claro que não acreditava no arrependimento da irmã e que não a perdoava.
Ele também afastou a hipótese de acreditar que ela abriria mão da herança dos pais. Andreas chegou a rir quando o advogado de defesa de Suzane disse que a jovem assinaria um documento desistindo da parte dela na fortuna deixada pelo engenheiro e pela médica.
Conforme Andreas, que na época do crime tinha 16 anos, foi Daniel - seu ex-instrutor de aeromodelismo - quem o iniciou no consumo de maconha. Ele também narrou que era muito ligado à irmã, antes da morte dos pais.
SUZANE VON RICHRHOFEN MENTIU
Andreas desmentiu a irmã em pelo menos um grande ponto crucial: o uso de drogas. No depoimento, o jovem disse que Suzane não parecia drogada na noite do crime.
O jovem esteva com ela antes dos homicídios. Naquela noite, Suzane o levou até uma lan house para tirá-lo de casa e depois, quando a imã foi buscá-lo no estabelecimento e voltaram para casa. Ao contrário disso, Suzane disse que estava sob efeito de entorpecentes no momento do crime.
Também de acordo com Andreas, diferente do que os acusados queriam fazer crer, Manfred jamais foi um pai agressivo nem com eles, nem com a esposa, Marísia.
O irmão de Suzane disse que a loira também o chantageava emocionalmente. Disse que chegou a visitar a irmã várias vezes no presídio, que a questionava do motivo do crime, mas que ela chorava e não falava sobre o assunto.
"Um dia, eu fui encontrar minha irmã na penitenciária e ela me obrigou a escrever esse bilhete", disse em referência de uma mensagem dele para ela em 22 de julho de 2003.
O bilhete dizia: "Querida Su! Estou morrendo de saudade. Você sabe que não tenho vindo te ver porque meu tio me proibiu de vir te ver. Você sabe que sou contra isso. Também sou contra o processo de exclusão de herança. Continuo do seu lado. Um beijo".
Segundo Andreas, "Foi outra chantagem emocional. Ela disse que, se não tivesse direito à herança, não poderia pagar advogados. Que ficaria abandonada e não teria quem a defendesse". Com o tempo, "a ficha começou a cair aos poucos, e não quis mais contato", depôs o rapaz.
A última aparição de Andreas foi em 2017, quando foi flagrado sob efeitos de entorpecentes, tentando pular o muro de uma residência em São Paulo.
Herança da família von Richthofen
Boa parte do depoimento de Andreas, que no total durou 3 horas, foi sobre a fortuna da família. Ele classificou como "palhaçada" o pedido de Suzane que, de dentro da cadeia, ordenou uma contagem geral dos produtos que haviam na mansão dos von Richthofen.
"Talheres, louças, sofás, camas" foram contados a pedido da moça. Ele também alertou que a irmã tinha manobras para evitar que ele recebesse o dinheiro do seguro de vida feito pelo pai para os filhos.
ANDREAS VON RICHTHOFEN ATUALMENTE: irmão de Suzane von Richthofen fala pela primeira vez sobre morte dos pais; veja o que ele disse